sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Os demônios do céu

Em Hospitais, ela se sente em casa
Dentre os loucos, ela é a mais calma
ela se lembra das noites mal dormidas
e do fedor do éter entupindo suas narinas

Braços fortes lhe servem muito bem no refeitório
A camisa de força passou a ser mero acessório
O quarto branco ainda é seu lugar preferido
Sempre há visita e todos acham isso muito divertido 

Os Demônios do céu não sabem a hora de parar
Eles nunca se importaram com quem estar para chegar
Eles nunca dormem antes do sol mais uma vez raiar
Espero tranquilo, pois sei que uma hora isso vai acabar

O sangue escorre quente pelas mãos sujas
O medo se foi junto as suas infelizes juras
Um piscar de olhos sempre passa desapercebido
Ajoelhado no alfasto tendo um ultimo pedido

Iluminai a todos os monstros que nós carregamos
fizemos de tudo na vida e sempre nos decepcionamos
Teu suor ainda escorre por essas mãos sujas e trêmulas
E minha vingança não será por suas dores ingênuas

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Ether: Fuga da Loucura Consistente

Quatro paredes e um horizonte a ser explorado
Sempre há uma luz no final do corredor estofado
Gritos e vozes soam como um coral bem ensaiado
E Meu sonho continua a ser um tigre de pelucia empalhado

Bombons amargos me dão muita sede de suco
mesmo tendo crescido, ainda tenho medo do escuro
Angel disse que vem me visitar no domingo
Tenho até a foto de uma pedra com nome dela escrito

Meu amigo engraçado sumiu de dentro da gaveta
O seu vermelho não combina com o meu sabor cereja
Mamãe disse que era pra mim não fazer careta
Pois hoje é o dia dos confeitos da lua cheia

Me visto de branco e não sou pai de ninguém
Mas ainda descubro como fugir do remédio do neném
Vai chegando a minha hora e estou sem um vintém
Espero pelo ônibus pensando em quantas horas você tem

Silêncio

Gosta que mintam para você sempre acontece algo errado ?
Você desaparece igualmente ao sol no fim de tarde
E o que temo é um mero reflexo no espelho do banheiro
Que implica que eu não seja assim, tão verdadeiro.

Fastasmas vestidos de você batem à minha velha porta,
Maltratada pelo tempo, pelas chuvas e pela violencia alheia.
Me recordam que te esqueci dentro de um livro que há tempos não lia
Que também fora queimado junto as suas revistas de fofoca

Seria toda a graça de uma manhã nublada sobre flores úmidas de orvalho
se não fosse o silêncio reverberante que me enclausura em meu quarto
que faz doer meus ouvidos tanto quanto sua voz estridente no telefone,
que até hoje me acorda como um altofalante furado a gemer meu nome

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Simplesmente uma pessoa normal

sentir-se só
Às vezes tão imprescidível
Quanto os demais sentimentos vivenciados pelo ser humano
pode ser divertivo, ter a hipócrita sensação de liberdade
Ser pré-disposto aos caprichos da vã libertinagem
não ligar para as pessoas que realmente se importam com você
é até que é bom, ser "assim desse jeito"
porém, é tão cômico quanto trágico
O boato e a futilidade em demasia
nascem do nada...
não fedem nem cheiram
não tem tempero,
as vezes é azedo ,
outrora imsalubre,
e dotado de certa maleficiência para com as mentes fracas
desproviadas de um foco central,
ou um limiar em toda sua existência
Contudo,
relacionamentos casuais,
apologia ao amor,
a paixão de vitrine e suas patologias
lhes servem como um limiar
para uma, então, vida social
cheia de altos e baixos,
Bêbados e bares,
Prostitutas e boates,
Flores e despedidas,
Amigos e inimigos
E um pouco da ilusão de pensar ser
inteligente o suficiente
para saber driblar as armadilhas
de uma vida aparentemente normal,
Inescrúpulosa e impiedosa
que lhe dá uma mão
para ajudar a lhe empurrar
de volta pro fundo do precipicio
onde não era o seu lugar
antes de tudo isso começar
antes de você se deixar influenciar
Pela futilidade da idéia alheia
antes de você saber o que seria de você se
você realmente soubesse viver a sua vida.
Contudo meu amor, ombros mais firmes também doem
e doa a quem doer que não faz diferença
não é sua carne que se rasga, nem sua mentalidade que definha
por que aparentemente no final parecemos um bando de idiotas
esperando o sol raiar, para cometer-mos os mesmos erros do dia
e os mesmos fracassos dos meses passados
Impor a auto-condenação por se sentir incapaz de lidar consigo mesmo
por ser incapaz de se dar uma nova chance para começar de novo
quebrar barreiras e se trazer algo bom para seu sossego
ou para seu eterno tormento de ser um ser otimista
ou ser simplesmente uma pessoa normal